terça-feira, 24 de agosto de 2010

Marina Silva

O debate sobre SUSTENTABILIDADE é multitemático por essência. Engana-se quem imagina se tratar só de “meio ambiente”.

Empreendimentos humanos para serem sustentáveis, têm que ter em vista três requisitos básicos. Em suma, devem ser: ecologicamente corretos, economicamente viáveis e socialmente justos. A imagem a seguir ilustra resumidamente essa ideia:


Muito facilmente qualquer tema, problema ou questão política atual toca em um ou mais desses aspectos. É por isso que considero MARINA SILVA a candidata MAIS COMPLETA para assumir a PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Em caso de dúvida, basta observar sua vivência, atuação e ideologia firmemente pautadas na questão da sustentabilidade.

Soa até irônico, mas é, no mínimo, incongruente estarmos cogitando seguir com um modo de vida que, por si só, não mais se sustenta. Escolher MARINA SILVA como nossa representante é acreditar que podemos finalmente encarar de forma séria o tema da sustentabilidade em nossas práticas econômicas, sociais e ecológicas.

Mas, nada melhor que deixarmos A PRÓPRIA MARINA falar:

A sociedade está sensibilizada para o assunto, mas infelizmente a política não acompanha esse debate. Os partidos não integraram isso ao seu conteúdo programático. Não se trata mais de apenas defender o lúdico – embora seja fundamental a defesa do lúdico. É defender o lúdico juntamente com as outras dimensões – a econômica, a social, a cultural, para que possamos preservar as condições que promovem a vida na Terra.

Mas, se não mudarmos nossa maneira de ser, não haverá como mudar nossa maneira de fazer. Questionamos nossa forma inadequada de fazer as coisas, as nossas tecnologias inadequadas, mas o que temos de questionar é nossa forma inadequada de ser.

Por que temos uma forma inadequada de ser? Infelizmente, o ser humano tem muita dificuldade de lidar com algumas coisas: uma delas são as regras. É impossível superar coisas sem seguir certas regras. Olhem o que está acontecendo no Congresso brasileiro. São vinte anos de legislação ambiental que o Congresso se dispõe a desconstruir. É uma mentalidade muito atrasada!

Esta não é uma questão que possa ser monopolizada por um partido ou por um segmento, tem de ser por todas as pessoas. Também não pode ser uma cultura messiânica, com um herói que vai fazer tudo pelas pessoas. Tem de ser com todos, com os jovens, com as mulheres, com os cidadãos de um modo geral.

Se todos já estivessem convencidos, não seria preciso tanto esforço. Então vamos lá. Vamos tentar convencê-los no processo.

As pessoas podem ser convencidas. As pessoas me perguntam: “será que isso não é quixotesco, senadora?”. Pode até ser! Mas eu acredito que o meio ambiente é o espaço onde a gente pode fazer as coisas a favor.

As pessoas dizem: “mas vai ser uma discussão monotemática”. Será...? Será que quando eu falo de sustentabilidade não estou falando também de energia, agricultura, pecuária, industrialização, saúde, educação, inovação tecnológica e conhecimento? Estamos falando de tudo isso. É que as pessoas aprenderam a ter uma visão dicotomizada das coisas... Mas os processos devem ser integrados.

Recebi um telefonema de Leonardo Boff e ele me disse uma coisa que muito me tocou: ‘Marina, as greves do ABC paulista teriam sido apenas greves se não tivesse tido uma pessoa (Lula) que desse expressão ao movimento, até ajudar a promover as mudanças que tivemos neste país no que concerne à democracia, as questões sociais, o direito trabalhista e tantas coisas que conquistamos. A luta socioambiental pode ser apenas o esforço de alguns governos, de algumas ONGs, de formadores de opinião, de comunidades, de empresas, se não tiver a capacidade de se integrar a um movimento semelhante para promover uma mudança transformadora. Eu acho’, disse ele, ‘que o Brasil está caminhando nesta direção’. E acrescentou, citando Victor Hugo: ‘Não há nada mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou’.

(trecho do livro Marina, de Marília de Camargo César, p. 228-230)

2 comentários:

  1. Deviamos pensar com cautela e agir com certeza para entrar nessa nova realidade - que já existia - mas ninguém ligava. A sustentabilidade é algo que todos deviam fazer desde o berço. O Presidente do Brasil tem que dar o exemplo disso nos seus atos também. Minha realidade viu e viveu a eco 92 mas seus efeitos ainda são um eco...

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