quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Estar em Timor...

Dos 34 professores da cooperação, saímos 4 de Lisboa.
Primeira parada: Amsterdam. Havia nevado há pouco tempo. Pena não ter podido ver cair a primeira neve de minha vida (...tsc! 'problema, não! Outras virão!). De Amsterdam, seguimos para Singapura, num voo de cerca de 12h. No trajeto, ao sobrevoar as cercanias de Teerã, pude ver "quase toda a neve do mundo" sobre o alto de montanhas do Oriente Médio.
De Cingapura para Bali. De Bali para Dili (capital do Timor-Leste).
Chegamos, pois, na quarta-feira (08/02), depois d'o dia mais curto de nossas vidas (em razão do rápido deslocamento entre os fusos horários, no avião, o dia amanhece e entardece dentro de poucas horas).

Tomo toda esta primeira experiência já como um forte convite à abertura para o diferente que Timor nos exige.

Se, por um lado, sabia que não seria só essa a diferença, por outro, foi com espanto que observei muitas outras... desde um trânsito automobilístico que anda a uma velocidade de cerca/menos de 30km/h e em mão contrária à que eu conhecia, até o deslumbrante trânsito linguístico que as pessoas, em geral, lidam quando necessário. É comum vê-los a falar, no mínimo 3 línguas: 1) a própria de seus distritos; 2) o tetum - idioma nacional; e 3) o bahaso indonésio. Como acessório, também é possível vê-los a falar: 4) inglês; e 5) português. Sim, essa capacidade está presente em muitas das pessoas que moram em Dili.

Mesmo assim, SEI que, dentro de pouco tempo, essas também figurarão como as menores das surpresas. Porém, ainda precisarei de mais um tempinho para vivenciar suficientemente certas experiências de convívio, de ritmo de vida e de estruturas sociais antes de um relato mais "apurado"... Neste momento, o que mais quero é estar pronto para Timor.

Sobre o trabalho na UNTL, o professor diretor do Departamento em que trabalharei, Prof. Silvério Soares, é um timorense egresso do Mestrado (em seu caso, de Sociologia) da UFC, exatamente a universidade onde me graduei e onde já dei aulas. É esta MAIS UMA coincidência que me comunica boas expectativas sobre o que ainda virá.

Na última quinta-feira (16/02), boa parte do grupo de professores foi à recepção dos calouros, onde pudemos, maravilhados, ver a execução do hino do Timor-Leste por toda a plateia (um trechinho captado e ofertado pelo colega Prof. Ivan Dourado: http://www.youtube.com/watch?v=VdmT6FLQEvY) e ouvir os discursos multilinguísticos do Reitor da UNTL, Aurélio Guterres, e do Presidente da República, José Ramos-Horta.

Na sexta, junto à parceira de trabalho, Profa. Elizabeth Lages, entrei pela primeira vez em sala de aula e, nesta semana que se inicia, devo iniciar a parceria com professores timorenses em duas disciplinas do curso de graduação em Administração Pública.

Pois bem, por ora, é esse meu singelo e muito incompleto relato sobre poucos dias em Timor.